sábado, abril 29, 2006

O fim de Ilhabela

Imagem capturada no saite da Cetesb, na noite de sexta-feira, dia 29 de abril de 2006:



De 11 praias avaliadas em Ilhabela, 9 estão impróprias para banhos.

O que mais falta?

sexta-feira, abril 28, 2006

LDO 2007

Talvez a maioria já saiba, mas vale o lembrete: a Prefeitura Municipal disponibilizou recentemente em seu saite um formulário em que o cidadão pode dar sugestões sobre os diversos setores que compõem a administração municipal. Vale a pena dar uma olhada, pensar no assunto e preencher o formulário.

Supostamente, as sugestões colhidas deverão ajudar a compor a LDO 2007, Lei de Diretrizes Orçamentárias, que entre outras coisas define como e onde o dinheiro público será utilizado.

Em breve volto ao assunto num artigo completo.

quinta-feira, abril 27, 2006

Retratos da Vida



Este é o nome da exposição de Gilmar Pinna no Memorial da América Latina. O projeto é uma homenagem a personalidades que dedicaram suas vidas à paz. As peças ficarão expostas até o dia 6 de junho.

quarta-feira, abril 19, 2006

Caso sério

Cópia do e-mail que enviei à DERSA, empresa responsável pela travessia marítima em Ilhabela e São Sebastião:

Prezado Sr.,

Sou arquiteto, tenho 32 anos, vivo em Ilhabela e em todas as tardes de domingo utilizo a travessia São Sebastião-Ilhabela para tomar em São Sebastião um ônibus que me leva a São Paulo.

Domingo passado, dia 16 de abril, fui à travessia como de costume, no horário adequado para tomar a balsa de 14h. Cheguei ao terminal da travessia às 13:45 e tive a surpresa de que as balsas não estavam cumprindo o horário normal (13:30, 14:00, 14:30 etc.), o que era bastante compreensível diante do grande movimento de carros por causa do feriado.

Assim, como havia uma balsa atracada no momento em que cheguei, dirigi-me normalmente para o embarque. Neste momento fui barrado pelos funcionários da DERSA, que disseram que aquela balsa não permitia pedestres. Questionei a informação e o encarregado da travessia em
Ilhabela a confirmou. Perguntei sobre a balsa das 14:00 e foi então que constatei que naquele dia a DERSA não estava cumprindo os horários normais.

A balsa em que eu havia tentado embarcar saiu às 13:50. Conforme informações de um dos funcionários, a próxima balsa demoraria 15 minutos para sair, o que me expôs ao risco de perder o ônibus que eu deveria pegar às 14:30 e me deixou preocupado e aborrecido.

Perdoe a longa descrição do que houve, mas considero-a necessária para fazer à DERSA as seguintes questões:

1) É natural que a DERSA dê tanta importância aos carros na travessia marítima, mas não é natural que isso aconteça em detrimento dos pedestres. No fato ocorrido, fui prejudicado porque os horários das balsas foram alterados exatamente para acelerar a travessia para os carros.

Um dos funcionário até chegou a sugerir que eu tentasse conseguir uma carona em um dos carros na fila da balsa para que eu pudesse embarcar na balsa que sairia às 13:50, o que deixou claro a falta de critérios para a travessia: bastaria então eu estar dentro de um carro para embarcar, deixar esse carro durante a travessia e desembarcar como pedestre,
normalmente. Qual a diferença entre isso e ter feito a travessia como pedestre, do começo ao fim?

Por que isso acontece? Por que a prioridade aos carros ocorre em detrimento dos pedestres?

2) Durante a temporada de verão ocorreu algo semelhante: as balsas não cumpriam os horários fixos. Contudo, ao contrário do que aconteceu no último feriado, os pedestres podiam embarcar em qualquer balsa, não havia restrições. Assim, embora não pudessem contar com os horários
regulares da travessia, os pedestres serviam-se de uma freqüência maior de balsas, o que não os prejudicava. Depois disso os horários voltaram a ser regulares. E recentemente, no feriado da Páscoa, os horários foram descumpridos mas as balsas não foram todas liberadas para pedestres.

Não me parece que o critério seja oferecer conforto aos pedestres, porque as balsas especialmente dedicadas a nós às vezes têm a área de pedestres ocupada por carros -- como já presenciei em feriados, nas balsas menores (FB 14 e FB 15, não estou certo dos nomes) -- e por motos.

Quais são os critérios que a DERSA utiliza para permitir o embarque de pedestres nas balsas? E por que esses critérios são modificados sempre em função da quantidade de carros nas filas para a travessia?

Sem mais, agradeço a atenção e aguardo o posicionamento da DERSA diante dessas questões.


Atenciosamente,

Christian Rocha

quarta-feira, abril 12, 2006

Silêncio

Não tem nada acontecendo aqui?

Aqui tem.

Quando eu não estiver escrevendo aqui, dêem uma olhada em meu saite pessoal. Pode ser que eu não esteja falando de Ilhabela, mas certamente estarei falando de algo ligado a este lugar -- de mandalas à política nacional.

Este artigo, por exemplo, tem direta relação com Ilhabela. Basta olhar os rios ao seu redor.

Mas já já voltarei aqui.

A todos, muito obrigado.

sábado, abril 08, 2006

Ilhabela precisa de faxina


Ontem à noite, quando voltava para casa, presenciei algo que nunca havia presenciado em Ilhabela. Na Vila, à frente do Bazar São Paulo, dois homens imobilizavam um terceiro no chão. Um aglomerado de pessoas testemunhava a conclusão de uma tentativa de roubo malsucedida.

Ao mesmo tempo, ouço comentários de pelo menos três ocorrências desse tipo a cada semana. Os telhados dos estabelecimentos da Vila tornaram-se calçada para os bandidos. Casas e lojas são invadidas por criminosos que, seguros da impunidade, às vezes roubam o mesmo local várias vezes.

Moradores de Ilhabela estão cansados disso. Há o risco -- sempre temível -- de que as pessoas se acostumem com a insegurança, mais ou menos como aconteceu nas grandes cidades brasileiras. Em São Paulo, por exemplo, a regra é desconfiar de tudo e de todos, precaver-se todo tempo, manter-se atento a movimentações incomuns.

Embora essa 'atitude metropolitana' possa prevenir alguns crimes, receio que ela possa também esmorecer nos moradores de Ilhabela aquele tipo de inconformismo e de revolta que é base para a faxina de que Ilhabela precisa. Ora, quando ratos e baratas multiplicam-se aos milhares a ponto de tomar todos os cômodos de uma casa, as únicas ações eficientes são as drásticas, aquelas que efetivamente exterminam ratos, baratas e seus respectivos criadouros. Ilhabela precisa urgentemente de uma faxina.

Diga-me que os policiais não estão recebendo seus salários ou não têm condições mínimas de trabalho e eu entenderei. Mas duvido que seja esta a causa da ineficiência da polícia. Se for, temos um problema administrativo como causa da insegurança ilhabelense. Mas quando quer, a polícia local sabe ser eficiente -- como no caso que presenciei ontem --, o que faz crer que a polícia tem condições para atuar com eficiência e está sendo devidamente paga para isso.

Alguns argumentam que muitos dos bandidos que atuam em Ilhabela resguardam-se em sua menoridade, o que faz algum sentido. Só que mesmo o mais criminoso dos adolescentes deve ser submetido a algum tipo de lei -- e, de preferência, mandado para algum lugar bem distante de seu meio habitual, que é a única forma de recuperá-lo.

Ilhabela é um lugar pequeno. Não deve ser difícil achar os ratos e as baratas. Esta cidade precisa urgentemente de uma faxina.

sexta-feira, abril 07, 2006

Pedalar

Vereador quer apresentar Projeto regulamentando o uso de bicicletas em Ilhabela

Ilhabela - O presidente da Câmara de Ilhabela, vereador Luiz Lobo(PL), pretende apresentar projeto de Lei que regulamente e registre as bicicletas no município. A medida visa diminuir os acidentes de trânsito envolvendo ciclistas e evitar roubos e furtos destes equipamentos na Ilha. Para embasar sua idéia, Lobo esteve em Lorena, na região do Vale do Paraíba, onde visitou o departamento de trânsito para conhecer Lei semelhante que vigora naquela cidade.

O coordenador chefe do trânsito lorenense, Marcelo Augusto Pazzini, explicou ao presidente que a medida se fez necessária na cidade, devido ao alto número de bicicletas circulando pelas ruas. Segundo levantamento, Lorena conta com 90 mil habitantes e cerca de 70 mil bicicletas. A idéia consiste em registrar, emplacar e manter um banco de dados com informações do equipamento e do proprietário. Assim, numa eventual ocorrência de furto, será mais fácil identificar a bicicleta. O ciclista terá que obedecer efetivamente as leis de trânsito, sob pena de ter a bicicleta apreendida, se cometer infração, transitando em contra-mão, por exemplo. Por outro Lado, Lobo se preocupa também em estudar modos de viabilizar as questões de infra-estrutura, ou seja, a cidade deve se adequar, implantando bicicletários em pontos estratégicos, orientar o comércio local a fazer o mesmo além de manter a ciclovia em bom estado.

A população de Lorena aprovou o projeto e a idéia vem dando bons resultados. Lobo quer implantá-la aqui na Ilha e acredita que os munícipes ilhéus também não devem se opor. Campanhas educativas e explicativas também fazem parte do cronograma, buscando conscientizar os ciclistas de que a bicicleta é um veículo como outro qualquer e para isso, deve se adequar às leis de trânsito vigentes.


De alguma forma o discurso do vereador ecoa aquilo que eu havia escrito no Jornal da Ilha de fevereiro. No artigo Cinco idéias para uma cidade melhor, uma das idéias era justamente

Bicicletário: o trânsito mais uma vez ficou caótico nesta temporada e a cada verão o problema se repete. A bicicleta é uma solução simples, barata e saudável. Para que ela seja também viável, duas ações: concluir a ci-clo-vi-a, não obstante a frescura de alguns proprietários de imóveis, e a construção de três (sim, apenas três) bicicletários, aqueles estacionamentos de bicicletas — na Vila, no Perequê e na Barra Velha, perto da balsa. O que você pode fazer: pedalar muito, deixar o carro em casa e utilizar a bicicleta nas mais diversas situações. Mesmo que existam motoristas e ciclistas mal educados, mesmo que existam cães assassinos soltos por aí, mesmo que todo o trânsito seja planejado para o carro, pedalar ainda vale a pena.


A proposta esbarra, evidentemente, na ineficiência da fiscalização municipal, que não consegue realizar coisas simples, por exemplo, evitar que os ciclistas andem na contramão no miolo do Perequê (à frente do Supermercado do Frade e arredores). A questão não é física, pois há uma boa ciclovia (que precisa ser concluída), topografia confortável e paisagem exuberante. Tampouco legal: o Código Nacional de Trânsito prevê regras de conduta e segurança a serem seguidas por ciclistas. A questão é humana: quem aplicará as leis? como elas serão aplicadas? como punir e multar? E se as respostas a estas perguntas são óbvias (eu acho que não são), por que as leis não são aplicadas hoje?

Mesmo assim, trata-se de uma ótima idéia. Óbvia, mas ótima: a solução para os problemas de trânsito está nas bicicletas e no aproveitamento (não menos óbvio) das possibilidades que a ciclovia oferece. Pelo jeito, só o departamento de trânsito não tinha percebido isso.