quarta-feira, fevereiro 27, 2008
Cidades para bicicletas, cidades de futuro
Estou disponibilizando para download a publicação da Comissão Européia para Meio Ambiente sobre bicicletas e a importância desse meio de transporte para o desenvolvimento sustentado das cidades. O título da publicação é o título deste post. Trata-se de uma obra lúcida e objetiva, que demonstra -- para quem ainda tem dúvidas -- que a qualidade urbana depende da utilização de meios de transporte tidos hoje como "alternativos". Naturalmente, a bicicleta é um desses meios e talvez aquele que concilie melhor a necessidade de deslocamento com a necessidade de planejar e melhorar o ambiente urbano.
A publicação fala ainda das vantagens econômicas do uso de sistemas de transporte alternativos e de como o carro pode ser um tiro pela culatra no que diz respeito à rentabilidade e à funcionalidade das cidades.
A todos aqueles que pretendem fazer algo por Ilhabela, que gostariam de resolver as questões viárias da cidade (que já se tornaram há tempos um problema sério de saúde pública, com mortos e acidentados) e que, ao mesmo tempo, se dizem de mãos atadas, a leitura desta publicação pode ser um bom começo.
Para baixar a obra em formato PDF (que pode ser lida pelo Acrobat Reader ou pelo Foxit Reader), basta acessar este link:
http://www.4shared.com/file/39093412/a554f56b/Cidades_para_bicicletas_-_CE.html
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Original da imagem aqui.
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
A matemática da preservação
Ilhabela, cidade campeã de preservação da Mata Atlântica
Quantas vezes você já ouviu ou leu isso? Façamos algumas contas para saber o que isso significa.
O arquipélago de Ilhabela tem 348 km² de área. Desse total, estima-se que 83% estejam preservados.
O Parque Estadual de Ilhabela, que integra a ZRT (Zona de Restrição Total) do arquipélago, corresponde a 78% da área total do arquipélago.
Agora considere o seguinte:
Área total do arquipélago de Ilhabela: 100%
Mata atlântica preservada: 83%
Parque Estadual de Ilhabela: 78%
Considerando que o Parque Estadual é responsabilidade do Governo do Estado e é protegido pelo decreto estadual nº 9414, de 20 de janeiro de 1977, estes números equivalem a dizer que, de um total de 83% de mata atlântica preservada, apenas 5% estão efetivamente no município de Ilhabela, isto é, sob responsabilidade do poder público municipal.
Se a área do município fora do Parque Estadual equivale a 22% de todo o arquipélago, percebemos que a preservação no município é muito menor do que se imagina, menos de 1/4 da área que efetivamente pertence ao município.
Naturalmente, temos que considerar o fato de que dentro desses 22% está situada a cidade -- com casas, comércio, ruas etc. Mesmo assim, são números bastante reveladores, que dão outro aspecto aos índices de preservação de mata atlântica no arquipélago.
Eu já havia falado disso antes. Desta vez, com números, fica mais difícil ter dúvidas da importância do Parque Estadual para o arquipélago e da participação do município -- sociedade civil e poder público municipal -- na preservação do meio ambiente. Não que estas coisas não possam ser percebidas sem os números, mas diante deles não há muito o que discutir. Há, sim, muito para fazer.
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Original da imagem aqui.
Pague para estacionar
Poucas pessoas sabem, mas os parquímetros instalados na Vila são provisórios. Estão em fase de testes e deverão ser substituídos em breve por um modelo mais elegante, moderno e definitivo:
Em breve, muito em breve, dizer que "usar carro em Ilhabela é um jogo de azar" não será mera força de expressão.
Em breve, muito em breve, dizer que "usar carro em Ilhabela é um jogo de azar" não será mera força de expressão.
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sábado, fevereiro 23, 2008
Coragem e bicicletas
Meu artigo da quinzena no jornal Canal Aberto.
Seria bom se as bicicletas fossem tratadas com algum respeito. Primeiro, pelas razões de sempre: bicicleta não polui, não faz barulho e não causa congestionamento. Segundo, porque manter uma ciclovia é mais simples e mais barato do que manter ruas e organizar o trânsito de carros, ônibus, caminhões e motos. O dinheiro gasto com pavimentação, fiscalização e reparos em ruas e avenidas é bem maior do que aquele necessário para fazer as mesmas coisas em ciclovias.
Terceiro, as intenções de melhorar o trânsito de Ilhabela (vide zona azul, limites de acesso na balsa, taxa ambiental etc.) só serão realidade de fato quando as autoridades (sempre elas) perceberem a importância de diversificar os meios de transporte e a facilidade com que isso pode ser feito com base em coisas simples como coragem e bicicletas, para citar apenas dois exemplos.
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
A Web 2.0 ainda não chegou a Ilhabela
Uma das conquistas possíveis com a internet foi o acesso a todo tipo de informação. Praticamente todo o conhecimento humano encontra-se disponível na internet. E se você não encontra uma informação na rede, encontra alguém que sabe onde encontrá-la ou que a possui.
É inadequado falar em tendências neste caso. Tendência é quando fatores externos influenciam ou causam um processo, uma ação etc. No caso da disponibilização de informações pela internet, é questão de sobrevivêncie, não de tendência. É inevitável que todo o conhecimento e todas as informações disponíveis no mundo tenham sua versão digital, acessível em qualquer lugar no mundo que tenha um PC conectado à rede.
Aparentemente essa ficha não caiu para os webmasters da Prefeitura e da Câmara Municipal de Ilhabela. Não é uma questão de fazer sites bonitos -- eu só discutiria estética se tudo o mais estivesse em ótimas condições. É uma questão de acesso a informação e, no caso dos poderes públicos, de transparênciam, eficiência e cidadania.
O site da Prefeitura Municipal de Ilhabela parou em algum momento de 1996. As informações ali contidas resolvem-se facilmente com um blog e um arquivo DOC para download. Faz muita falta, por exemplo, poder acompanhar o andamento de processos ou mesmo iniciá-los via internet. Desnecessário falar da importância de poder acompanhar online a prestação de contas, as licitações, os relatórios e as agendas de cada secretaria. Enquanto em alguns sites é possível comprar carros e fazer aplicações financeiras vultosas, no site da Prefeitura o máximo que se consegue é ver a foto dos secretarios municipais e saber que qualquer tipo de solicitação deve ser feita pessoalmente, em horário comercial, o que quase sempre inclui enfrentar fila no banco para pagar a taxa referente à protocolação do processo. É burocracia demais para um tempo marcado pela facilidade dos cliques.
O site da Câmara Municipal de Ilhabela é mais completo no que diz respeito aos conteúdos. Nele podem ser encontrados projetos de lei e as próprias leis que regem o município, atas das sessões e informações sobre os vereadores em exercício. Apesar do material farto, só é possível navegar pelo site da Câmara com o Internet Explorer; é impossível acessá-lo com os melhores navegadores da atualidade, o Firefox e o Opera. Por que?
Além disso, assim como o site da Prefeitura, o site da Câmara peca por não passar de uma fonte de consulta. Único meio de contato com seu vereador é o e-mail, que raramente obtém resposta (digo-o por experiência própria). É surpreendente que não tenham sido criadas novas formas de interação entre vereadores e eleitores pelo site da Câmara, visto que a maioria pretende se reeleger neste ano.
Em ambos os casos é patente o desinteresse do Executivo e do Legislativo em aumentar a interação com o cidadão e a transparência de seus atos. Que isso aconteça por falta de consciência dos políticos, não surpreende. O que me surpreende é que isso possa acontecer por despreparo dos webmasters.
Se a miséria dos sites da Câmara e da Prefeitura foi determinada por ordem superior, pela limitação de quem os fez ou por algum motivo que não me ocorreu até o momento, é uma dúvida que aguarda resposta.
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Original da imagem aqui.
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
Um código de obras para Ilhabela
A proposta é absolutamente hipotética, provavelmente inviável e, portanto, está aberta a críticas. Ei-la para quem quiser se divertir, pensar com o travesseiro ou mudar a forma de construir em Ilhabela. Ao vereador que quiser transformar qualquer trecho deste post em projeto de lei, minha gratidão e meu pedido de que entre em contato comigo antes.
1) Toda casa terá um quintal e todo quintal terá pelo menos uma árvore que dê sombra e frutos e onde se possa amarrar um balanço. Em sua forma ideal, a árvore do quintal terá uma casinha (sim, daquelas de madeira, que as crianças adoram), bebedouros e comedouros para pássaros e um cachorro vira-lata solto e sossegadão.
2) Toda casa terá vasos de flores e ervas nas janelas. Fique à vontade para escolher os vasos, as flores e as ervas. Apenas não tente dizer que isso é inglês demais. Também não tente dizer que não pega bem colocar vasos nas janelas da sua casa e que flores e ervas são mero ornamento.
3) Nenhuma casa terá garagem. Obviamente esta proposta é polêmica. No espaço necessário para armazenar (sim, o verbo é esse) um automóvel cabe pelo menos uma dúzia de bicicletas ou uma horta razoável.
4) Toda casa em lote sem árvores será térrea. Nos lotes com árvores, as casas poderão ter dois pavimentos, mas não serão mais altas do que as árvores. Desnecessário destacar a preferência por árvores nativas, que atraem a fauna nativa.
5) Toda casa terá barris nas terminações das calhas, exatamente como se vê nos desenhos de Tom & Jerry e nos quadrinhos de Calvin & Haroldo. Logicamente, os modernos sistemas de aproveitamento de água pluvial são bem-vindos, mas um barril é um barril.
6) O uso de aparelhos sonoros potentes demais deverá ser especificado em memorial descritivo e será acondicionado em cômodo isolado acusticamente. ("aparelhos sonoros potentes demais" são aqueles que produzem som suficiente para você se cansar ao tentar conversar com uma pessoa que está num cômodo em que um desses aparelhos está em pleno funcionamento)
7) Toda casa preverá uma bicicleta para cada morador. Isto implica especificar o lugar em que as bicicletas serão guardadas quando não estiverem em uso e, naturalmente, representá-las no projeto arquitetônico.
8) Toda casa terá um gazebo de dimensões e conforto suficientes para o número de moradores previsto no projeto.
9) A fachada principal terá janelas através das quais seja possível observar o interior desde o exterior e vice-versa.
10) A fachada principal incluirá pelo menos uma obra de arte como forma dos moradores expressarem seu apreço pela cidade.
11) Um quarto do perímetro da casa será aproveitado com varandas cuja área total não será inferior a 1/10 da área total da casa.
12) Toda casa terá lama e poças d'água. A árvore especificada no item 1 terá folhas caducas.
13) A cozinha não será menor do que a sala.
(continua em breve)
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Original da imagem aqui.
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terça-feira, fevereiro 12, 2008
Política, mal necessário
Meu artigo da quinzena no jornal Canal Aberto.
"A democracia só é ruim quando as pessoas mais capazes, inteligentes e sábias não participam dela. Participar não significa apenas votar, candidatar-se e ocupar um cargo. Participar da democracia significa oferecer aquilo que você tem de melhor para o bem do lugar em que vive. Noutras palavras, a democracia é feita todos os dias, não apenas a cada dois anos, nas eleições."
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Carnaval 2008
Para quem vive em Ilhabela, como eu, a melhor coisa que se pode fazer nesta época do ano é ir para São Paulo. Olha como o Carnaval lá é bom:
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A todos que têm visitado este blog, muito obrigado.
Depois do feriado teremos mais atualizações.
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Original da imagem aqui.
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A todos que têm visitado este blog, muito obrigado.
Depois do feriado teremos mais atualizações.
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Original da imagem aqui.
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