Embora discorde do prefeito Manoel Marcos em diversos pontos, admito que sua declaração ao Imprensa Livre de ontem não poderia ter sido mais precisa. Eis um trecho da matéria:
"Manoel Marcos se compara a um político que faz política, mas ressalta que não depende dela. 'Eu me preparei para ser um político. Aprendi com o tempo que o político precisa combater e lutar e não fazer uma oposição em que à vontade da população não é respeitada', desabafa.Eu já havia alertado para isso, quando escrevi o seguinte trecho em "Por uma oposição melhorzinha" (Jornal da Ilha, janeiro de 2006):
"Para ele, em Ilhabela não há uma oposição real, mas sim pessoas interessadas no poder que não se interessam pela população ou o crescimento da cidade. De acordo com o prefeito, a 'suposta' oposição nunca moveu uma palha para conseguir ou reivindicar algo para a cidade. 'Eles apenas se esforçaram para mostrar uma imagem negativa do prefeito e da cidade. Acho que eles têm um sentimento de revolta por terem sido massacrados nas urnas, já que os três candidatos com os quais disputei a eleição somados os votos não atingiam 30%'."
"Um dos fundamentos da boa oposição é sempre ter na manga uma alternativa (mesmo que seja apenas teórica) melhor do que aquela oferecida pela situação. Ilhabela carece de bons políticos de oposição, dispostos a compreender este lugar. Lamentavelmente o estudo é considerado um luxo até mesmo por aqueles que são responsáveis por fazer leis e executá-las. O trabalho de alguns políticos ilhabelenses resume-se a manusear a caneta, manter a garganta limpa e desligar o cérebro. Com isso, mesmo que não roubem, por mais honestos que sejam, transmitem uma mensagem auto-evidente: o estudo não vale nada, o aperfeiçoamento só interessa se significa votos e/ou dinheiro e estas são as únicas formas de ser melhor do que os outros políticos. E assim eles são derrotados por eles mesmos e a política é nivelada por baixo."Em outras palavras, ficou claro nestes últimos meses que, com a oposição que Ilhabela tem, o prefeito não precisava de tantos defensores -- eufóricos sem medida, diga-se.
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