sexta-feira, março 10, 2006

“Ilhabela não tem oposição séria”


Embora discorde do prefeito Manoel Marcos em diversos pontos, admito que sua declaração ao Imprensa Livre de ontem não poderia ter sido mais precisa. Eis um trecho da matéria:
"Manoel Marcos se compara a um político que faz política, mas ressalta que não depende dela. 'Eu me preparei para ser um político. Aprendi com o tempo que o político precisa combater e lutar e não fazer uma oposição em que à vontade da população não é respeitada', desabafa.

"Para ele, em Ilhabela não há uma oposição real, mas sim pessoas interessadas no poder que não se interessam pela população ou o crescimento da cidade. De acordo com o prefeito, a 'suposta' oposição nunca moveu uma palha para conseguir ou reivindicar algo para a cidade. 'Eles apenas se esforçaram para mostrar uma imagem negativa do prefeito e da cidade. Acho que eles têm um sentimento de revolta por terem sido massacrados nas urnas, já que os três candidatos com os quais disputei a eleição somados os votos não atingiam 30%'."

Eu já havia alertado para isso, quando escrevi o seguinte trecho em "Por uma oposição melhorzinha" (Jornal da Ilha, janeiro de 2006):
"Um dos fundamentos da boa oposição é sempre ter na manga uma alternativa (mesmo que seja apenas teórica) melhor do que aquela oferecida pela situação. Ilhabela carece de bons políticos de oposição, dispostos a compreender este lugar. Lamentavelmente o estudo é considerado um luxo até mesmo por aqueles que são responsáveis por fazer leis e executá-las. O trabalho de alguns políticos ilhabelenses resume-se a manusear a caneta, manter a garganta limpa e desligar o cérebro. Com isso, mesmo que não roubem, por mais honestos que sejam, transmitem uma mensagem auto-evidente: o estudo não vale nada, o aperfeiçoamento só interessa se significa votos e/ou dinheiro e estas são as únicas formas de ser melhor do que os outros políticos. E assim eles são derrotados por eles mesmos e a política é nivelada por baixo."

Em outras palavras, ficou claro nestes últimos meses que, com a oposição que Ilhabela tem, o prefeito não precisava de tantos defensores -- eufóricos sem medida, diga-se.

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