domingo, agosto 26, 2012

Nove pessoas que eu gostaria de ver na Câmara Municipal


Nas próximas eleições escolheremos os nove vereadores que ajudarão a decidir o destino de Ilhabela a partir de 2013. Eis nove pessoas que eu gostaria de ver cumprindo essa tarefa.

Os nomes foram apresentados em ordem alfabética (com exceção dos três últimos, agrupados no mesmo item), conforme o «nome para urna», selecionados conforme critérios que explicarei a seguir.

A lista com todos os candidatos pode ser encontrada aqui.

Se você chegou aqui buscando informações para escolher um candidato, sugiro também que leia isto (via Facebook), para que seu voto não termine por eleger um «candidato tiririca».

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1) Prof. Adriano Leite (23.577, PPS)

Prof. Adriano é professor da rede pública de ensino há muitos anos -- pelo que sei, quase sempre atuou em alguma das diversas comunidades isoladas do arquipélago, desenvolvendo um trabalho interessante de pesquisa, ensino e perpetuação das tradições caiçaras. Sabe o que é cultura e qual sua importância para a população de Ilhabela. E certamente sabe da importância que a cultura -- tradicional ou não -- tem na vida política.

2) Djane (70007, PTdoB)

Djane já foi secretária municipal de turismo. Estudada, inteligente e esclarecida. Tem experiência inclusive em assuntos públicos e já mostrou -- dentro e fora das redes sociais -- que tem princípios e que realmente sabe usá-los.

3) Luizinho da Ilha (65065, PCdoB)

Chegou a ocupar uma das cadeiras da Câmara por uma sessão em Abril deste ano. Na sua única sessão defendeu o uso das bicicletas no município. A solução era tosca (postos de locação de bicicletas), mas a causa é obviamente boa. Escolheu um dos piores partidos para se candidatar, mas tem se mostrado um sujeito com a cabeça no lugar, que muito pode contribuir para o município. Espero sinceramente que seja eleito e mude logo de partido.

4) Marcelo Bartatas (25025, DEM)

Marcelo é empresário, casado, pai de dois filhos. Sempre envolvido nas questões mais importantes do município, tem desenvolvido um bom trabalho junto à Associação Comercial. Algumas de suas boas idéias podem ser vistas aqui. Ilhabela precisa de gente que pensa.

5) Sampaio (70181, PTdoB)

Cidadão esclarecido e engajado, que há tempos acompanha o desenrolar da política em Ilhabela. Comerciante em Ilhabela, conhece bem a dureza da sazonalidade do litoral paulista.

6) Teo (70706, PTdoB)

O sr. Teo aparece neste vídeo, em ocasião da inauguração do acesso à Praia do Julião.

Sempre achei que a questão da mobilidade e da acessibilidade não são resolvidas porque não são compreendidas e que não são compreendidas basicamente porque a maioria dos políticos não depende de uma cadeira de rodas para se deslocar e não usa o transporte público ou a bicicleta para as atividades do dia-a-dia.

Sempre achei também que uma cidade bem resolvida é uma cidade que funciona bem para crianças, idosos e deficientes (portadores de necessidades especiais). Em seus últimos anos de vida, meu avô se queixava -- com total razão, aliás -- da péssima qualidade das calçadas de Ilhabela: mesmo um idoso saudável não consegue caminhar 1km até a Vila sem se deparar com algum obstáculo importante.

Por isso, acredito que o sr. Teo fará diferença na Câmara.

7, 8 e 9) Genu (11606, PP), Zuleide (40333, PSB) e Hélio do Bonete (33234, PMN)

Recomendo estas três pessoas pelo mesmo motivo: gente que, apesar da origem simples, mantém os dois pés na realidade do dia-a-dia, sabe o que é viver em Ilhabela e sabe o que realmente importa, para além das politicagens.

Acredito que estas três pessoas serão o contrapeso do tecnicismo que às vezes passa dos limites nos trâmites dos assuntos públicos e que com freqüência leva ao desenvolvimentismo.

O sr. Hélio, em especial, certamente sabe dos riscos que o Bonete e outras comunidades isoladas correm com o crescimento da cidade e do Litoral Norte e, como vereador, saberá tomar decisões com o objetivo de manter a qualidade daquela pequena jóia da costa sul.

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Algumas observações:

1) Não sugeri ninguém que já tenha sido vereador. Nada tenho contra os atuais vereadores -- inclusive porque desconheço a maioria --, apenas acho que um mandato de quatro anos precisa ser suficiente para o desenvolvimento de um bom trabalho. Não há nada que justifique manter o mesmo vereador por mais de um mandato na Câmara, inclusive como forma do indivíduo não tomar o cargo como emprego -- sem falar na importância de prevenir o surgimento de «políticos profissionais». Ademais, diversificar pessoas e pontos de vista é importante.

2) Considero fundamental compor uma Câmara heterogênea, que inclua desde pessoas simples, «do povo», até empresários, comerciantes, especialistas com boa formação. Diferentes faixas etárias também ajudam.

3) Não conheço pessoalmente todas as pessoas que recomendei aqui. Por isso, algumas recomendações se baseiam em suposições. É possível que estas recomendações mudem. Se as pessoas que recomendei aqui quiserem se manifestar, serão muito bem-vindas.

4) Naturalmente, numa eleição com mais de uma centena de candidatos à Câmara, há mais do que nove pessoas decentes e em condições de atuar no Legislativo. Quem não apareceu nesta lista, por favor não se sinta ofendido ou diminuído. Ao invés, sinta-se à vontade para se manifestar também. Também serão bem-vindos.

5) Candidaturas como a do sr. Teo parecem se basear em uma especialidade, mas espero que não seja. Realmente não me atraem candidatos que tentam se eleger com base em um tema: o candidato da mobilidade, o candidato dos aposentados, o candidatos dos animais de rua etc. Estes temas são todos importantes, claro, mas um vereador precisa ter visão ampla e critérios para saber o que fazer diante de assuntos diversos. Se não for assim, votará conforme as recomendações dos assessores e técnicos da Câmara. Como mencionei antes, não se trata de eleger pensadores (embora isso possa ser bom), mas de eleger pessoas que sabem colocar os assuntos maiores à frente de assuntos menores e que sabem -- o que é mais importante -- avaliar os assuntos menores à luz dos maiores. Por exemplo, a questão da acessibilidade nada mais é do que uma questão de dignidade humana, que não se expressa apenas na construção de rampas e calçadas rebaixadas.

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