segunda-feira, dezembro 19, 2005

Music for the royal fireworks

Eu não sei quanto a Prefeitura gasta estourando bombinhas para os passageiros dos navios que têm visitado Ilhabela. Sei que não é pouco. Embora a queima seja breve, os fogos utilizados são bonitos e caros. Amaldiçoo o sujeito que teve a idéia de coroar cada navio de passageiros com uma queima dessas -- dinheiro público voando pelo espaço, transformado em fumaça e barulho. Digam que sou ranzinza e que os fogos são espetaculares, eu concordarei, mas pense no seguinte:

- O barulho dos fogos, que pode ser ouvido num raio de 2 ou 3 quilômetros, irrita animais de todos os tipos, domésticos ou selvagens. Pode parecer pouco, mas pode ser demais.

- Ainda que o dinheiro gasto numa joça dessas permanecesse na Secretaria de Turismo e fosse dedicado todo ele ao circo de recepção aos passageiros, há outras formas mais proveitosas de gastá-lo. Uma palavra-chave? Ecologia.

- Muitos dos navios deixam o Canal de São Sebastião por volta de meia-noite, momento em que as pessoas que vão servir aos turistas no dia seguinte já estão dormindo.

- Na China, acreditava-se que fogos de artifício afastavam demônios -- e eles eram de fato utilizados para este fim. Aqui em Ilhabela eles são utilizados porque supostamente os farão voltar em breve.

- Vai ficar feio demais se os passageiros dos navios forem embora sem ver um show pirotécnico de 4 minutos? Vai causar má impressão?

- Aliás, por falar nisso, o que causa boa impressão é gente. Quer outra palavra-chave? Educação. Não, não estou falando de escolas, de merendas e de bibliotecas. Ainda estou falando de turismo.

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