quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Junk tourism



O Carnaval terminou. Daqui alguns dias a temporada deve ser declarada oficialmente encerrada também -- à parte os navios de passageiros. Eu espero que agora não haja razões ou desculpas para adiar ações e reflexões importantes para o município. Algumas delas:

1) Carros demais. Criar-se-á a taxa ambiental? Será limitado o acesso de veículos a Ilhabela? Ou as duas coisas?

2) Carnaval para quê? Amigo meu me falou de uma cidade no Nordeste em que se resolveu acabar com o carnaval de rua. Resultado: cidade mais limpa e mais organizada, mais turistas "boa praça", maior faturamento para empresas do setor turístico, menos problemas urbanos. É muito difícil imaginar um político macho o suficiente para sugerir um esquema desses aqui em lhabela -- onde sempre reina a súcia --, mas não custa sonhar um pouco e deixar o tema no ar, para quem quiser comentá-lo.

3) Eco-nulidade. O Carnaval é época que não deixa dúvidas sobre uma coisa: a maioria dos turistas que vem pra cá não dá a mínima para praias e cachoeiras. Uma parcela muito grande das pessoas que visitam Ilhabela -- sobretudo em feriados prolongados -- não procura praias limpas, trilhas silenciosas e passeios interessantes. Essa patota quer álcool, som alto e baladas alucinógenas; praias e cachoeiras são um refresco ocasional, remédio para ressaca. Nada contra o "junk tourism", desde que ele permaneça longe daqui. Devemos nos perguntar se interessa ter aqui esse tipo de gente, se vale a pena lucrar com o dinheiro de pessoas que não têm o menor interesse em preservar o restinho de beleza natural que Ilhabela ainda tem. Se a resposta for positiva, prossigamos.

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