quarta-feira, janeiro 25, 2006

Meu direito de fazer cocô na praia


Decidi que farei cocô na areia nas próximas vezes que eu for às praias de Ilhabela. Se me virem agachado na praia, enrolado numa toalha, podem apostar: estou fazendo cocô. A toalha é necessária, pois não quero ser preso ou processado por atentado ao pudor. Aliviado, sim; deselegante ou desrespeitoso, nunca. Mas, independentemente das circunstâncias, deixarei na areia as minhas fezes.

A idéia me ocorreu na tarde de hoje, quando, correndo à margem da praia do Siriúba, encontrei um sujeito com seus filhos e dois labradores que corriam graciosos na praia. Um deles (cães, não filhos) fez xixi na areia -- sabe-se lá o que fez antes, ou depois.

Ora, se cães devidamente vacinados, nomeados e acompanhados por seus donos podem usar a praia como banheiro, maior direito tenho eu -- que, além de ser vacinado, ter nome e companhia, pago impostos e vivo em Ilhabela há muitos anos. E, ademais, se para os cães existe lei e não existe fiscalização, para mim, a quem não existe nem lei nem fiscalização, não me será proibido realizar meu intento.

Talvez assim -- quando as praias de Ilhabela estiverem emporcalhadas não apenas pelo esgoto que desce os córregos mas também pelos montinhos de bosta que se acumularão na areia das praias -- o poder público aplique a lei que prevê punição para os animais que levam animais às praias. Até lá, exijo meu direito de fazer cocô na praia.

Nenhum comentário: