
Decidi que farei cocô na areia nas próximas vezes que eu for às praias de Ilhabela. Se me virem agachado na praia, enrolado numa toalha, podem apostar: estou fazendo cocô. A toalha é necessária, pois não quero ser preso ou processado por atentado ao pudor. Aliviado, sim; deselegante ou desrespeitoso, nunca. Mas, independentemente das circunstâncias, deixarei na areia as minhas fezes.
A idéia me ocorreu na tarde de hoje, quando, correndo à margem da praia do Siriúba, encontrei um sujeito com seus filhos e dois labradores que corriam graciosos na praia. Um deles (cães, não filhos) fez xixi na areia -- sabe-se lá o que fez antes, ou depois.
Ora, se cães devidamente vacinados, nomeados e acompanhados por seus donos podem usar a praia como banheiro, maior direito tenho eu -- que, além de ser vacinado, ter nome e companhia, pago impostos e vivo em Ilhabela há muitos anos. E, ademais, se para os cães existe lei e não existe fiscalização, para mim, a quem não existe nem lei nem fiscalização, não me será proibido realizar meu intento.
Talvez assim -- quando as praias de Ilhabela estiverem emporcalhadas não apenas pelo esgoto que desce os córregos mas também pelos montinhos de bosta que se acumularão na areia das praias -- o poder público aplique a lei que prevê punição para os animais que levam animais às praias. Até lá, exijo meu direito de fazer cocô na praia.
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