O prefeito Manoel Marcos continua cassado. Seu recurso foi recusado no último dia 27.
O curioso é que a cidade e a imprensa local simplesmente ignoram o fato. Num lugar em que a fofoca é uma instituição tão sólida quanto antiga, surpreende o silêncio em torno da cassação do prefeito e do vice-prefeito.
O mesmo jornal que veiculou o fato (Latitude 23º), entrevistou o prefeito cassado como se nada tivesse acontecido. "E agora, prefeito?" é o mínimo que se espera de um jornal sério. O Diário do Litoral Norte limita-se a não tocar no assunto -- atitude não menos grave do que fingir que está tudo bem. No Jornal da Ilha mais recente nenhum dos articulistas mencionou a cassação -- o que decerto se explica pela periodicidade mensal do jornal.
Poucos se dão conta de algumas implicações bastante graves da cassação:
1) Se a profecia se cumprir, nosso prefeito provisório será o vereador Luiz Lobo, campeão de votos na última eleição. Outra hipótese é o vereador Beto, segundo colocado.
2) Nenhuma das duas opções é boa, sem querer ferir os brios de ninguém. Ambos se candidataram para cargos legislativos, não executivos. E, até onde sei, nenhum dos dois tem qualquer experiência em cargos públicos executivos.
3) A cassação de prefeito e vice coloca essas duas pessoas no limbo político por quatro anos, o que, é claro, os elimina da próxima disputa pela prefeitura. Resta uma turba de candidatos derrotados, o que obriga a população a escolher entre o ruim e o pior.
Ganha um chokito quem adivinhar o que a instabilidade e a incerteza política significam para uma cidade em que todo mundo depende da prefeitura para algo -- afinal, vivemos na República Socialista de Ilhabela.
quinta-feira, agosto 04, 2005
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