segunda-feira, agosto 15, 2005

Turismo internacional



Não são poucos os restaurantes de Ilhabela que não aceitam nenhum tipo de cartão (crédito ou débito) para pagamento de contas. Recentemente atendi dois turistas ingleses que se sentiram aliviados ao me ouvir balbuciar algumas palavras em inglês, o que foi suficiente para atendê-los; hoje mesmo a cena se repetiu, desta vez com uma turista italiana, visivelmente perturbada com a incomunicabilidade que decerto experimentara antes.

Já faz tempo que Ilhabela aparece nos mapas-múndi das agências de turismo de outros países. Algum tempo há também que a cidade foi incluída nos roteiros dos navios de passageiros -- e a maioria derrama turistas europeus nas ruas e trilhas da cidade. Recebê-los bem não é apenas uma obrigação, conforme as regras do turismo, é também um bom negócio.

Contudo, há ainda dois problemas bastante sérios:

1) o despreparo de trabalhadores e empresários do setor para o turismo internacional.
2) a enorme distância que separa a população dos eventos, programas e estabelecimentos turísticos, como se houvesse duas cidades totalmente distintas no mesmo lugar, oferecendo dois tipos de produtos diferentes, dois preços e duas qualidades -- uma para o turista, outra para o morador.

Não que o turismo deva ser a prioridade máxima de todos os setores da cidade, mas para quem pretende a mesma fama da Amazônia, de Fernando de Noronha ou de Bonito, falta muito, muito mesmo. Os navios, que chegarão mais cedo este ano e em maior número, são sinal de que Ilhabela ainda tem chances de chegar lá -- e a população local não precisa ser penalizada com isso.

Resta saber o que Ilhabela quer, do que Ilhabela precisa.

Uma breve reflexão sobre o assunto está aqui.

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