domingo, agosto 20, 2006

Reforma na Vila I


Eu era assim...

A aflição daquele que se comove com o corte de árvores urbanas é análoga ao calculismo de quem planeja o corte. Os dois estão certos e os dois estão errados. Certos em querer defender seus respectivos interesses, porque eles são justos. Errados em ignorar a realidade que é sempre mais complexa do que sugere a percepção de uma pessoa interessada.

No caso da Praça da Bandeira, a complexidade da realidade está nos seguintes fatos:

1) A paisagem urbana não é apenas aquilo que se vê. Há muito mais do que aparência na paisagem.

2) Lugares têm história, mesmo que existam pessoas como, por exemplo, Oscar Niemeyer.

3) Árvores urbanas exigem cuidados, manutenção e planejamento, ainda que a maioria de nós ainda creia na espontaneidade dos ritmos da natureza.

4) O que é antigo não é necessariamente bom.

5) Cortar árvores pode ser necessário às vezes. A possibilidade dessa necessidade aumenta no caso de árvores urbanas.

6) Todo projeto (paisagístico ou arquitetônico) deve considerar dois tempos: o tempo de realização das coisas, o tempo gravado na memória das pessoas.

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